Minha tentativa de seguir essa tendência...

segunda-feira, 18 de março de 2013




Um Olhar de Amor
Bella Andre
Editora: Novo Conceito
Páginas: 256
ISBN: 9788581631158

Eu vivo dizendo por aí que detesto romances eróticos - e tenho uma boa razão para isso. É bem comum autoras não conseguirem seguir uma linha fixa onde o erotismo se encaixe na história de forma natural. É sempre um sexo essencialmente pelo sexo, uma coisa quase "entrando na imaginação de um adolescente excitado".

Nos romances que costumo ler, o erotismo existe, mas não explícito. Ele nasce das formas de amor que existem no romance, e até por isso (e por termos muita ligação com o casal principal), nada é explícito, porque seria invadir DEMAIS a privacidade deles, no meu conceito. Os personagens viram quase que nossos amigos íntimos.

O grande ponto é que eu, por pura curiosidade, decidi descobrir o que existe de tão legal nos famosos romances eróticos que estão super em alta atualmente. Eu já sabia que não iria gostar, mas decidi que, pra não falar sem ter nenhum embasamento, iria ler ao menos UM LIVRO desses mais famosos.

Por motivos próprios, me recuso a chegar perto de Cinquenta Tons de Cinza. Acho ridícula a forma como o - quase - abuso sexual é tratado com normalidade nessa série. Decidi então que iria ler o romance Um Olhar de Amor, da Bella Andre. Minha impressão você confere clicando em "Leia Mais"!


Sinopse:
Chloe Peterson está tendo uma noite ruim. Uma noite realmente ruim. O machucado grande em sua bochecha pode provar isso. E quando seu carro patina para fora da estrada molhada em direção a uma vala, ela está convencida de que até o cara maravilhoso que a salvou do meio da tempestade deve ser muito bom para ser verdade. Ou ele é mesmo? Por ser um fotógrafo de sucesso que viaja frequentemente pelo mundo, Chase Sullivan tem seu jeito com mulheres bonitas, e quando ele está em casa, em São Francisco, um de seus sete irmãos normalmente está acordado para começar um pouco de diversão. Chase acha que sua vida é ótima do jeito que está — até a noite que encontra Chloe e seu carro destruído na rodovia Napa Valley. Não apenas nunca tinha conhecido alguém tão adorável, por dentro e por fora, mas como também percebe que ela tem problemas maiores do que seu carro batido. Logo, ele será capaz de mover montanhas por amor — e proteção — a ela, mas ela deixará? Chloe prometeu nunca cometer o erro de confiar em um homem novamente. Mas a cada olhar que Chase lança a ela — e a cada carinho doce e pecaminoso — conforme a atração entre eles sai faísca e esquenta, ela não pode fazer nada a não ser se perguntar se encontrou a única exceção. E apesar de Chase não perceber que sua vida mudaria para sempre em um instante, para melhor, ele não é o único a querer lutar por essa mudança. Ao contrário, ele está se preparando para uma luta... pelo coração de Chloe.

Pra começo de conversa, achei toda a situação super ESTRANHA e IRREAL. Vejam bem, o livro começa com Chase Sullivan chegando a um local de acidente. Chloe havia acabado de derrapar na estrada, e o seu carro estava meio atolado pra fora da estrada. Ela tinha um grande machucado na bochecha, e não é segredo pra ninguém que ela sofreu - obviamente - violência física por parte de um outro homem com quem mantinha um relacionamento.

OK. ENTÃO, SE VOCÊ ACABOU DE SOFRER VIOLÊNCIA E ATOLA O CARRO PORQUE ESTÁ "FUGINDO", QUAL A PRIMEIRA COISA QUE VOCÊ FAZ?

CHAMA A POLÍCIA? LIGA PARA O GUINCHO? CHAMA UM TÁXI E VAI PRA CASA DA SUA MÃE/FAMÍLIA/AMIGA(O)?

ENTRA NO CARRO DE UM HOMEM DESCONHECIDO QUE PROMETE TE LEVAR AO MOTEL MAIS PRÓXIMO?

Aparentemente, a última opção é a correta nesse livro.



Depois de ter sofrido uma agressão, Chloe não vê problemas em entrar no carro de Chase, que promete levá-la ao motel mais próximo pra ela poder passar a noite. MAS, caros amigos, CHLOE JÁ PERCEBEU, nessas alturas, que Chase estava SECANDO MUITO ELA. (Secar, caso você não seja daqui ou não se use essa expressão em outras regiões do meu Brasil varonil, significa "dar aquela checada no material alheio".) E PORQUE, CARGAS D'ÁGUA, ELA ACEITA A CARONA?

Por motivos desconhecidos deste que vos fala, Chloe entra no carro e vai com Chase até a pousada do irmão dele, onde Chase (um fotógrafo muito bem sucedido e membro de uma família rica e famosa por sua beleza [NÃO, NÃO ATOLE SEU CARRO, NÃO VAI APARECER UM CHASE PRA TE AJUDAR. O MÁXIMO QUE PODE ACONTECER, EM CHANCES MUITO REMOTAS, É O MECÂNICO OFERECER CARONA PRA SUA CASA]) está conduzindo uma sessão de fotos há alguns dias, SEM QUE CHLOE SAIBA PARA ONDE ELE A ESTÁ LEVANDO.

Chegando lá, Chloe concorda em passar a noite por ali e já rola uma ~ tensão sexual ~ clássica desses romances, onde o mocinho se sente atraído pela moça como se fosse cachorro no cio. Chase então dispensa a sua acompanhante noturna (que já se encontrava nua na sua cama), porque sente que Chloe é o amor de sua vida e decide tentar alguma coisa com ela em algum momento do dia seguinte.

AÍ TEM UMA CENA ÉPICA QUE SE DESENROLA NO BANHEIRO, E EU NÃO VOU CONTAR PORQUE 1) O HORÁRIO NÃO PERMITE 2) EU ACHEI ABSOLUTAMENTE DESNECESSÁRIA PRA HISTÓRIA 3) É RIDÍCULA DEMAIS. 4) DEMONSTRA O PROBLEMA DE CHOLE COM: TRANCAR A PORTA DO BANHEIRO E NÃO É LEGAL TORNAR PÚBLICO OS PROBLEMAS COGNITIVOS ALHEIOS.



BOM, não vou falar mais nada a partir daí porque tudo já fica muito óbvio. Acho que todos devem saber que um romance avassalador se desenrola em uma pousada, no meio do mato, onde ninguém pode ouvir, e as coisas mais estranhas podem acontecer entre quatro paredes.

Acho que a autora estava com alguma síndrome de adolescente excitada quando escreveu o livro, porque tudo parece MESMO girar em torno do sexo. A história, basicamente, não anda muito. A moça continua com seus problemas SEM SOLUCIONAR NADA até, mais ou menos, o final do livro, e daí tudo se desenrola rápido e meio... sem nexo (mas com MUITO sexo).



As justificativas pro sexo grátis da história me irritaram um pouco, porque não são plausíveis, e as cenas são basicamente narrações físicas e quase biológicas do ato. São diferentes, por exemplo, de romances da Nora Roberts em que (quase sempre) uma moça sofreu abuso sexual ou violência, e aí tem todo um romance bem construído, OS PERSONAGENS TEM PROFUNDIDADE, as coisas tem um motivo e as cenas de sexo não são só... you know, sexo. E nem tem, quase, cena de sexo no único livro dela que eu já li até hoje.

MAS ESSE. AH, ESSE LIVRO. Luxúria é pouco.

Enfim, espero mesmo que essa resenha tenha dado o meu olhar crítico e imparcial sobre a obra, embora eu já tenha confessado pra vocês ali em cima que já estava lendo sem o propósito de gostar. Acho que a lição que fica pra mim desse livro é: não, não se aventure em romances eróticos. Eles REALMENTE não são pra você.

A conclusão final é: o romance seria legal se melhor construído e se com cenas de sexo coerentes. E se com enredo melhor. BASICAMENTE, se ele fosse re-escrito por alguém que saiba o que está fazendo.

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TODO ESSE POST TEVE GIFS DE: minha reação ao virar cada página deste livro.