Dia 4: Review - Mordida

quinta-feira, 2 de agosto de 2012



Mordida
(Sequência de Insaciável)
Autora: Meg Cabot
Editora: Galera Record
Páginas: 306
ISBN: 9788501097415


(O livro é uma continuação de Insaciável, portanto pode conter alguns spoilers do livro 1. Mas é TOTALMENTE spoiler-free de "Mordida", pode ler sem medo!)

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. SURTOS PSICÓTICOS. É MEG CABOT. É SEQUÊNCIA DE INSACIÁVEL, AQUELE LIVRO LINDO QUE TODOS AMA.

Depois do pequeno ataque que eu tive ao receber o envelope lindo da Galera Record (valeu de novo, Fernanda!), vem o primeiro choque: o tamanho do livro. Desesperadamente pequeno. Pequeno demais pro meu desespero, na verdade. Basicamente, porque o livro Insaciável REALMENTE nos deixa insaciáveis por uma continuação da história. Se você está acompanhando a #SemanaMordida e está SEDENTO por uma resenha de Mordida, AQUI É O SEU LUGAR!


A capa está fantástica, todo o projeto gráfico e o cuidado minucioso que a Galera Record teve com o livro merece um prêmio. Está encantador! A tradução, a revisão (achei apenas um ou dois errinhos, mas NADA COMPARADO a muitos livros que a gente vê por aí), o modo como o texto está disposto, TUDO ESTÁ PERFEITO. A ideia de seguir a coleção por "cores" (o primeiro livro ser vermelho e o segundo ser roxo [E POR FAVOR, QUE VENHA UM TERCEIRO]) foi muito boa também, e só acrescentou elogios à linda edição.

Fangirlice a parte, deixe-me falar sobre a história, que é o ponto de maior espanto para mim. Como todo mundo sabe, normalmente existe aquele famoso tabu na literatura jovem ultimamente, "A Maldição do Livro Dois". Sempre que temos um livro dois de QUALQUER série, toda a nossa empolgação vai por água abaixo e o livro é terrivelmente chato.

PORÉM, AGORA VEM A PARTE BOA DA HISTÓRIA: ISSO NÃO ACONTECE EM MORDIDA. Repito, NÃO ACONTECE.

Se você reclamou de Insaciável porque, por mais que tivesse menos romance do que os outros livros com temática sobrenatural no mercado, ainda assim tivesse muito romance, PREPARE-SE pra Mordida. O livro é composto de ação por algo perto dos 90%, deixando toda aquela discussão sobre QUEM MEENA VAI ESCOLHER para um segundo plano que é quase totalmente esquecido durante o livro. E se você é fã desses romances e está desapontado porque não vai vê-los com tanta frequência, NÃO SE APAVORE: você nem percebe, e eu estou falando sério.

Quer dizer, é Meg Cabot. É óbvio que possui um pequeno conflito interno em Meena sobre delatar Lucien Antonesco, o filho do Drácula, para a Guarda Palatina ou não. E, também, envolve os pensamentos de Meena sobre o tão estranho beijo de Alaric Wulf nas cenas finais de Insaciável. Porém, esse não é o foco principal do livro.

Meg fez uma jogada de mestre ao fazer isso, porque senão o livro cairia num ciclo terrivelmente chato de pensamentos entre "Lucien é um demônio, mas na verdade ele é bonzinho, eu preciso mostrar isso para o mundo" e "o Alaric... AAAH, o Alaric. O que foi aquele beijo do Alaric" e tal.

O livro começa já com um ataque de alguém do passado de Meena Harper (que SIM, é citado em Insaciável) se revelando um terrível vampiro, que ela nunca pensaria que poderia um dia se tornar um vampiro. O choque é ainda maior quando Meena percebe que, aparentemente, existe um novo clã de vampiros na cidade de Nova York, e que tudo aponta para uma coisa: existe alguém tentando acabar com a sua vida.

Tudo piora ainda mais quando a Igreja traz à Nova York uma exposição de objetos importantes e raros do Vaticano, onde aparentemente existe um objeto que pertenceu à mãe de Lucien. E, junto com a exposição, traz também o Padre Henrique Maurício, um padre brasileiro especialista em vampiros Lamir que está em Nova York para investigar a nova onda de crimes que vem acontecendo. O curioso é que existe uma rivalidade entre Alaric e Padre Henrique e ambos parecem não se gostar.

Mas será que os vampiros são de todo mal e a Guarda Palatina é de todo boa? Ou existe uma mescla entre o bem e o mal em todas as coisas, como Meena realmente acredita que exista?

Meena, neste livro, terá que se decidir entre o bem e o mal, entre a Guarda Palatina e os vampiros, entre Alaric e Lucien... e tudo isso lidando com vampiros sedentos por sangue e carne que parecem ter um apreço especial por seu pescoço.

Só pra falar um pouco mais sobre a história, ela realmente me deu um pouco de medo. Percebemos que a Meg REALMENTE fez árduas pesquisas pra colocar neste livro e o assunto das pesquisas normalmente me assusta um pouco: o demônio e tudo aquilo que ele possui. Algumas partes sobre exorcismo e esse tipo de coisa me assustaram, embora não tenha nenhum narrado na íntegra no livro (O QUE EU AGRADEÇO COM TODO O CORAÇÃO AO BOM DEUS, porque com esse tipo de terror eu sou um cagão). O assunto se foca bem mais no demônio do que nos vampiros em si, por vários motivos que SPOILERS não me permitem dizer.

MAS NÃO É UM LIVRO DE TERROR, que seja lembrado. Sou só eu que sou exagerado mesmo.

E É MUITO LEGAL ver que a Meg utilizou bastante o Brasil neste livro. Eu estava esperando por um lançamento envolvendo o Brasil (porque a macumba brasileira que a Suze faz em A Mediadora NÃO CONTA, me recuso) porque a Meg disse uma vez que iria colocá-lo como importante em um livro. E se você ler o livro vai descobrir que ele é SIM importante para a história! Então, MAIS PONTOS PRA MEG.

Recheado de bom humor, cenas de ação, emoção, gritos de histeria e momentos em que você para de ler apenas para afundar a cabeça no travesseiro de raiva de alguns personagens, Mordida continua com classe e uma narrativa elétrica a série começada em Insaciável. O livro é sombrio, assustador, emocionante, profundo e romântico!

Enfim, espero que eu tenha conseguido passar pra vocês tudo o que eu senti enquanto estava lendo Mordida. Amei o livro!

Nota: A Meg disse no site dela que não existe nenhuma continuação planejada, portanto provavelmente a série termina neste livro.

NÃO ESQUEÇA de nos seguir no twitter no @ReviewKingdom E VOLTAR AQUI AMANHÃ para ver as respostas da Meg para a entrevista ;)