Resenha - A Fera

quinta-feira, 22 de março de 2012



A Fera
Alex Flinn
Editora: Galera Record
Páginas: 320
ISBN: 9788501090218


Bom. Essa é a parte em que eu devo supostamente falar sobre esse livro.

O que eu devo dizer sobre este livro tão... peculiar? Não posso dizer exatamente que morri de amores pelo Alex Flinn e por A Fera. Porque sério, passei longe de morrer de amores. Eu estava quase matando, na verdade, o autor e jogando este livro no fogo.

Mas o que me fez mudar de ideia? Vamos falar um pouco sobre esse best-seller que explodiu na lista dos mais vendidos do New York Times e um pouco mais também sobre a adaptação dele para o cinema, com o mesmo nome.


Então. Sobre A Fera. O livro começa de um jeito super cool, sabe, como qualquer comédia romântica adolescente. Se utilizando do maior estilo Meg Cabot, ele começa com mensagens instantâneas num chat, com várias personagens de outras histórias clássicas interagindo entre si. Por exemplo, o Kyle como Fera interagia com a menina da história dos Três Ursos, com a Ariel de A Pequena Sereia e vários outros personagens. Uma ideia super legal.

Pena que não foi bem explorada pelo Alex Flinn. Eu não sei direito, não pesquisei muito sobre isso, mas acho que essas mensagens instantâneas na verdade são uma ideia para uma série de livros que ele pensa em fazer, com as mensagens em comum. Digo, narrando todas as histórias de todos os personagens que fazem parte daquela conversa, mas um personagem para cada livro. Enfim.

O livro começa de um jeito até que bem legal. Mensagens instantâneas, o cara popular no colégio, super fútil, tem a namorada popular, odeia pessoas feias e...

E que o livro continua assim. PELO RESTO DAS PÁGINAS. Digo, é por isso que Alex Flinn falhou um pouco. Tudo bem você começar uma história com uma personagem insuportável, desde que aquilo não dure por muito tempo e que aquilo só servisse pra você perceber claramente quando as coisas estivessem mudando por ali, MAS POR FAVOR, A PARTE CHATA DA PERSONAGEM TEM QUE ACABAR UM DIA. O KYLE É UM CHATO FÚTIL IDIOTA QUE DÁ RAIVA EM QUALQUER PESSOA. E ele fica falando sobre o quanto ele é foda e o quanto ele é melhor do que os outros e mais bonito do que os outros nas páginas, mesmo (um pouco) depois de ter se transformado em Fera. E ele trata as pessoas mal, deixa eu te dizer. Queria matar ele no modo como ele tratava a empregada da casa.

A história do livro é basicamente aquilo que todo mundo já sabe, o clássico A Bela e a Fera. Kyle é bonito, rico, popular, mas acaba tratando mal uma garota meio gótica chamada Kendra. Ele a convida para o baile só para zoar com a cara dela e ela acaba por se revelar uma bruxa, jogando nele um feitiço para "enfeiecer" e fazendo com que ele perdesse a sua vida habitual. Ele tem apenas dois anos para encontrar alguém que goste dele pelo que ele é por dentro e o dê um beijo de amor verdadeiro. Caso contrário, será Fera para sempre.

O pai dele desiste de ajudá-lo no momento em que percebe que nenhum dermatologista do mundo pode curar aquilo (ele fica muito peludo, só isso. Não que nem o Alex Pettyfer no filme, cheio de cicatrizes e tal). E, como o pai é um jornalista super famoso, não suporta a ideia de ter um filho feio e o manda ficar em uma casa exilada da cidade de Nova York, no Brooklyn. Claro que no início ele diz que vai visitar o filho todos os dias, mas depois revela-se que aquilo não era verdade.

Na casa exilada, Kyle possui apenas Magda, a empregada, e Will, seu tutor cego (interpretado, no filme, pelo Neil Patrick Harris de How I Met Your Mother, YEAH, esse foi um dos motivos por eu ter visto o filme e lido o livro) para interagir socialmente, além do chat de mensagens instantâneas.

No primeiro ano a vida é muito dura e Kyle até desiste de ser um humano normal outra vez. Mas no segundo ano, as coisas começam a mudar. Kyle faz um trato com um cara drogado de que se ele não denunciasse um roubo à sua propriedade, o cara teria que trazer a sua filha para viver na casa dele. E assim acontece. Kyle conhece Lindy a partir daí, e tudo muda.

É claro que, conseguindo suportar o primeiro longo momento do livro, até que as coisas continuam num ânimo um pouco melhor. As situações narradas são completamente irreais e o motivo de Lindy chegar ali é totalmente no sense, mas eu não vou reclamar disso porque já li livros com justificativas piores e isso não me impede de gostar disso.

Quando Lindy chega à mansão, todos podemos respirar aliviados. Kyle está mais ameno com aquele complexo de "eu sou o rei do mundo" e quer realmente que as coisas dêem certo com ela. Aí as páginas ficam até que legais e as coisas que acontecem são algo perto do agradável. Mas eu ainda acho que ele toma algumas atitudes insensatas, mesmo no fim do livro, quando ele já está bem melhor na personalidade do que no começo do livro.

Conclusão: se você não tiver mais nada pra ler, dê uma chance à A Fera. Talvez você não se arrependa.

Nota: 6

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Renato =)